Não é segredo pra ninguém o quanto eu amo o Pará e o quanto me apaixonei por sua cultura rica. A cultura paraense é, per se, resistência: resistência num Brasil europizado e num Pará sudestizado. Enquanto vivi lá, ouvi milhões de questionamentos do porquê de eu ter ido, e do horror quando minha resposta se resumia em minha escolha e não em necessidade ou obrigação. Essas mesmas pessoas endeusavam o sul do país e muitas delas, inclusive, vieram viver por aqui. Muitas também voltaram para os braços de Belém.
"Vatapá ou Maniçoba?" retrata esboços da cultura paraense em sua trama, com cenas urbanas do cotidiano belenense que me fizeram chorar de soluçar de saudades, e me encheram os olhos de alegria pensando que, finalmente, meus amigos teriam a oportunidade de fazer essa pequena viagem por Belém e talvez entender o que tanto me cativou na terra das mangueiras.
Com as atuações impecáveis de Iza Moreira (a protagonista Marcely), Adriano Barroso (Jurandir) e Astrea Lucena (dona Ana), o filme mostra o choque de realidades de um pai que idealiza uma festa de debutantes tradicional para sua filha, com vestido e salto cor-de-rosa, enquanto ela sonha em vencer a batalha de MCs na Praça do Marex - tal qual a dualidade do vatapá ou da maniçoba. Dona Ana, a avó de Cely, é quem tem o papel de integrar pai e filha, fazendo-os entender que a mistura - a famosa vataçoba - é sempre a melhor escolha.
Sensível, cativante, divertido e com muito girl power (respeita as mina! 💪), o filme é indicado para todas as idades. Uma produção pai d'égua (incrível) da Marahu Filmes que está disponível na Globoplay até o dia 20 de janeiro. Égua, doido! Anda, vaitimbora logo e assiste antes do toró! 😝
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