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Camila C. Crosgnac Fracalossi, sagitário, 17 de dezembro de 1990. Médica veterinária, escritora, servidora pública e casada com o Rodrigo. Mãe do Kovu, da Lassie e do Bóris.

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Jorge

Em homenagem a Jorge Mario Bergoglio (1936 – 2025), com quem divido meu aniversário, cuja bondade e bom humor sempre me inspiraram a ser alguém melhor.


Jorge tem 5 letras – tal como Jesus.

Tal como Jesus, Jorge foi um ser humano humilde, doce e corajoso o suficiente para assumir que amor e respeito são coisas que são dadas a todos – todos mesmo.

Jorge e eu nascemos no mesmo dia (com 54 anos de diferença). Jorge e eu somos sagitarianos. Jorge e eu somos latinos. Jorge era argentino, e eu sou brasileira; Jorge era padre, o Papa, o mais alto cargo da Igreja Católica; eu sou ateia. Jorge sempre me encheu de orgulho e admiração pela sua postura convicta, certeira e destemida perante toda a Igreja. Ele não me conhecia, mas sei que sentiria o mesmo por minha postura diante do que acreditamos juntos, independente de nossa religião – ou da ausência dela.

Jorge escolheu a virtude e se doou ao próximo na forma de padre, e enquanto Papa escolheu representar a América Latina com a latinidade mais pura e subversiva, quebrando paradigmas e dogmas imbecis que não correspondiam aos verdadeiros preceitos cristãos. O Papa Francisco nos entregou bondade, humildade e subversividade – porque amar ao próximo é sim um ato subversivo (principalmente quando o próximo não é "socialmente aceito") perante aqueles que mais reforçam a sua "religiosidade".

Vivemos num mundo onde o cristianismo foi moldado e Cristo, per se, teve sua mensagem deturpada e estuprada pela Igreja Católica em faces ao capitalismo conservador. Jesus destruiu, irado, um templo que se usava do nome de Seu Pai para enriquecer; Jesus estendeu Sua Mão para os mais marginalizados na sociedade da época, sem se importar se eram pobres, doentes, prostitutas ou o que quer que fossem; Jesus pregou a igualdade e o amor ao próximo sem se importar com o que ou quem eram.

Jesus era um cara daora pra caramba, mas o fã clube que ele deixou às vezes é bem pavoroso: muitos “cristãos” julgam a sua própria gente – o que já fere os seus próprios princípios. Ouço de muitos, enquanto ateia, que não vou para o reino dos céus, e sempre brinco: "Que bom! Tem muita gente lá que eu não quero encontrar, principalmente depois de morrer!". Eu não acredito em Deus, então eu também não acredito no demônio. Mas eu tenho a minha própria moral, os meus princípios, e não vivo assim por ter medo de um inferno: eu vivo meus princípios porque eu de fato creio neles. Eu não sou contra religiões ou religiosos, mas se alguém só faz o bem porque tem medo do inferno... ah, meu amigo, você tem um problema grave.

Vivemos em um mundo que julga Papa Francisco e Padre Júlio Lancelotti como "comunistas" e "deturpadores da religião", e é até difícil explicar o óbvio: se eles estão errados, eu com certeza não farei questão alguma de estar certa.

Que o argentino mais gente boa que esse mundo já viu possa levar sua mensagem cheia de bom-humor, amor e bondade para onde quer que se vá após a morte – e que a Igreja Católica consiga manter os legados de Jorge Mario Bergoglio vivos. Pode deixar que eu continuarei comemorando o nosso aniversário.

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